Blog Floribella Fantástica

domingo, agosto 13, 2006

Diogo Amaral em entrevista

Entrevista com Diogo Amaral

-Quando aceitou o papel de Frederico, imaginava que a novela ia alcançar este sucesso?

D.A.:Quando comecei, parti da expectativa zero, com vontade de trabalhar e aprender muito para crescer. Isto é o que chamo de lucro. E que tem sido muito mais positivo do que estava à espera.

-Positivo, porque tem audiências ou porque é uma novela diferente?

D.A.: Por ambos os motivos. Primeiro por ser uma novela diferente, o que se torna muito especial fazê-la. E depois pelo sucesso, que é um bombom, um rebuçado que nos dão.

- Está contente com o registo e o percurso que a sua personagem tem?

D.A.: A minha personagem começa num registo que, a partir do momento em que aparece a Flor, vai amenizando. O Frederico tem deixado vir ao de cima o seu lado mais emocional. Esta novela, apontada para o target juvenil, trata as emoções de uma forma muito especial. Pode não ser muito educativa em termos de realidade, mas é muito educativa em termos emocionais. Vive, acima de tudo, dos laços entre as pessoas, dos relacionamentos. Pode parecer piroso, mas aborda muito a questão do amor verdadeiro, do bonitinho, do conto de fadas. Se calhar, por isso, é que tem corrido tão bem.
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O facto é que venceu os “Morangos” nas audiências...

D.A.: Tem sempre de haver um produto na concorrência que bate à mesma hora. Mas isso a mim não me tira horas de sono, não penso nisso. São dois produtos diferentes, que têm um target parecido.

-É impossível não sentir o ego inchado com tanto mimo por parte do público?

D.A.: Não deixo de sentir o prazer de ver as coisas a correrem bem. Mas, todos os dias, faço o exercício de voltar a pôr os pés no chão. É um pouco como uma música de um anúncio: “Podes não chegar à Lua, mas tiraste os pés do chão”. Eu quero chegar à Lua sem tirar os pés do chão. Quando as coisas correm bem, surge uma euforia à volta do sucesso que é efémero, tenho a consciência disso. Quase que não é permitido não se tirar partido disso, pois é muito bom sentir o carinho do público, mas tem de se ter a consciência que é uma fase e que se tem de continuar a trabalhar.
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Gostava que o Frederico tomasse determinado rumo?

D.A.: A personagem vai-se alterando à medida que as coisas vão acontecendo. Eu prefiro não criar muitas expectativas para evitar ficar desiludido por não acontecer o que queria à personagem. Há alturas que gosto mais, outras menos. É engraçado, porque, sem especificar ao que me refiro, a novela tem a capacidade de me surpreender. O Frederico esteve numa fase que eu não gostei tanto, mas chegou a uma altura em que percebi porque é que aconteceu isso.

-Sofreu uma alteração forte na sua imagem para vestir a pele do Frederico. Gosta do figurino?

D.A.: Faz parte da forma de contar esta história. As personagens têm esses pormenores muito sublinhados, quase de banda desenhada. Tive de deixar crescer a barba, nunca o tinha feito, fez-me muita confusão pois tinha muita comichão. (risos) Mas habituei-me. Não me chateia nada. Se for preciso, se concordar, acho que ajuda bastante a vestir a pele da personagem e a descolar de outras coisas que já fiz.

-A novela é o delírio de muita criançada de tenra idade.

D.A.: Esta novela é um fenómeno brutal. É vista por crianças muito pequenas, com 3 anos! E a forma como elas nos admiram e nos olham quando nos vêem, com um brilhozinho, é incrível! Nunca me tinha acontecido, é realmente um fenómeno inexplicável. Acho que esta novela faz as crianças pensarem nas questões do amor de uma forma inocente, não é leviano, é bonito.

-Não tem descanso na rua?

D.A.: Não sei se sou distraído, mas tenho a capacidade de não pensar ou aperceber-me disso, a não ser que seja muito flagrante, e aí sou muito envergonhado. De qualquer forma, a minha rotina, durante a semana, é quase casa/estúdio, estúdio/casa. Parámos de gravar ao sábado, pois conseguimos ter uma margem confortável entre os episódios gravados e os que estão a ser transmitidos. Ao fim-de-semana é descanso.

-O que faz nos tempos livres?

D.A.: Há tempo para tudo e há que saber organizar o tempo. Tento fazer outras coisas, ir de fim-de-semana para fora de Lisboa, consumir filmes a torto e a direito, ir ao cinema, teatro, etc. É muito importante sair daqui e pensar noutras coisas.

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